Lousado

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terça-feira, 20 de dezembro de 2016
domingo, 18 de dezembro de 2016
O "Flecha de Prata"

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Mapa da Exposição do Mundo Português |
Este evento, realizado em Lisboa durante o regime do Estado Novo, surgido duma iniciativa de António de Oliveira Salazar que visava as comemorações em simultâneo das datas de fundação do Estado Português em 1140 (800 anos) e da Restauração da Independência em 1640 (200 anos), constitui-se na maior exposição do seu género realizada no país até à data. Para a época foi uma grandiosa obra só comparável, com as devidas proporções, com a "Exposição Universal de Lisboa" de 1998.
Foi então criado pela CP um serviço que operou até 23 de Dezembro, data do término da exposição, ligando a cidade do Porto à cidade de Lisboa, para o transporte de visitantes a este evento.
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Expresso de Prata 1940 |
Traccionado pelas Pacific (4-6-2) 501-8 da CP fabricadas em 1925 pela casa alemã Henschel & Sohn, recebeu o nome de "Expresso de Prata" devido a essas mesmas carruagens BUDD que integrava, construídas em 1940/1941 sob licença da "The Budd Company" de Filadélfia E.U.A., nas oficinas da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses no Barreiro, em aço inox canelado e recém adquiridas pela CP.




O JN de 5 de Agosto desse ano noticiava, na pag.2, a sua chegada ao Porto e anunciava a viagem inaugural que, com as "austeridades" do regime (houve quem adiasse férias e outras vilegiaturas para não perder a oportunidade), levaria e traria convidados a Lisboa, à referida Exposição.

Dias mais tarde, a 9 de Agosto, noticiava-se a viagem inaugural, atingindo a assombrosa duração de viagem de 4 horas, deslocando populações até junto da "linha do Norte" e deixando antever quão difícil seria reduzir esse tempo... que praticamente se manteve por aí até chegarem os famosos "foguetes" da FIAT para tentarem reduzir "um sensível bocadinho". Que o problema era mais da linha que dos comboios, dizia-se então. E era de ambos.
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Inauguração do Flecha de Prata em 1941 |
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CP 501 Barreiro 1968 |
Com as vicissitudes de combustíveis determinada pela Guerra, as 4 horas da viagem inaugural começaram a ser excedidas. A travessia da ponte D.Maria, no Porto, e o vai-vem a Campanhã complicava as coisas e, perdido o rápido em S.Bento, era possível ir de taxi às Devezas (escrevia-se com "z") , Gaia, e agarrá-lo aí. Houve entusiastas do automobilismo que iam colocar os familiares no "rápido" para se lançarem na tenebrosa Estrada Nacional nº 1 daquele tempo, "arrancando paralelepípedos nas curvas", como então se dizia, para os irem receber em Lisboa - e constava ter havido mortes nesse tão estranho desafio.
Em 1948 ambas as séries são substituidas, neste serviço e na maior parte dos comboios de longas distâncias na Linha do Norte, pelas recém chegadas locomotivas diesel dá série DE101-106, adquiridas no ambito do Plano Marshall, mais tarde renumeradas CP 1500, já com velocidade maxima de 120Km\h, reduzindo em alguns minutos a viagem para 3h56min. O Rendimento destas maquinas era superior ao das locomotivas a vapor, não pela sua velocidade ser maior, mas pela sua maior potência de aceleração e frenagem, permitindo um maior tempo de viagem "rápida".
As carruagens prateadas do "flecha de prata", uma vez substituídas e degradadas em função, deixaram de andar por aí. Hoje, na era dos "pendulares" e em discutida abertura para os TGV's, as próprias e similares sucessoras vão desaparecendo. Fica a memória...
http://sai-tedaqui.blogspot.com/2008_08_01_archive.html
http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1948/N1460/N1460_master/GazetaCFN1460.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rie_1500_da_CP
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rie_501_a_508_da_CP
http://www.fmnf.pt/colecao/ficha.aspx?t=o&id=1221
http://www.fmnf.pt/colecao/ficha.aspx?t=o&id=1216
http://restosdecoleccao.blogspot.com/2010/07/construcao-de-uma-carruagem-budd-flecha.html
http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1948/N1460/N1460_master/GazetaCFN1460.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rie_1500_da_CP
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rie_501_a_508_da_CP
http://www.fmnf.pt/colecao/ficha.aspx?t=o&id=1221
http://www.fmnf.pt/colecao/ficha.aspx?t=o&id=1216
http://restosdecoleccao.blogspot.com/2010/07/construcao-de-uma-carruagem-budd-flecha.html
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
Caminho de ferro de Penafiel a Lixa

Dada a grande afluência de visitantes, e porque os meios de transporte eram raros. O Dr. Cerqueira Magro apresentou o plano da criação do Caminho de Ferro a um grupo de proprietários de Penafiel, Lousada, Felgueiras e Lixa, que, se colocaram ao seu lado, desejosos de colaborarem na obra que conduziria aquelas regiões ao grau de prosperidade a que tinham direito pela riqueza natural e densa população mal servidas pelos meios de viação usados até ali.

Pode dizer-se abertamente que o Caminho de Ferro de Penafiel à Lixa se deve ao Dr. Cerqueira Magro, como iniciador da empresa, e aos capitalistas de Penafiel, Lousada, Felgueiras e Lixa, porque forneceram somas valiosas para a realização do seu ideal: a viação acelerada.
Sociedade da "Companhia do
Caminho de Ferro de Penafiel à
Lixa e seus estatutos"
Denominação, Fins, Sede e Duração
Artigo I o - Nos termos da lei e do presente estatuto, constitui-se uma sociedade anónima, de responsabi¬lidade limitada, intitulada "Caminho de Ferro de Penafiel à Lixa"
Artigo 2° - O seu fim principal é estudar, construir e explorar uma linha férrea, para passageiros e mercadorias, assente no todo ou em parte no leito de estradas existentes entre a cidade de Penafiel e a povoação da Lixa, passando pelas vilas de Lousada e Felgueiras, em harmonia com o decreto de 21 de Abril de 1906, sobre este assunto.

Na altura da inauguração oficial, a companhia possuía duas máquinas: a máquina no 1, denominada "Penafiel" e a n° 2 "Lixa". Em Junho de 1913 foram adquiridas duas novas máquinas: a ri,, 3 "Lousada" e a n° 4 "Seixoso". Mais tarde foram adquiridas as máquinas N° 5 "Felgueiras" e a n° 6 "Margarida".
O troço Penafiel (Novelas) - Lousada foi inaugurado a 8 de Novembro de 1913
O troço Lousada - Felgueiras foi inaugurado a 7 de Maio de 1914.
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Longra - Felgueiras |
A inauguração do troço Felgueiras-Lixa teve lugar em Setembro de 1914, com muita alegria, e com a presença das bandas de música dos Bombeiros da Lixa e do Regimento de Infantaria 32. Houve missa solene pelo abade de Moura e, fogo pirotécnico, que veio de Viana do Castelo.
O comboio da inauguração chegou à Lixa às 10.15 h e era rebocado pela máquina "Seixoso". Os preços dos bilhetes de ida e volta de Penafiel à Lixa "era de 60 centavos, 50 centavos ou 40 centavos", conforme a classe em que se viajasse.
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Com esta inauguração, estavam construídos 33 km de linha, assente no leito das estradas em terra desde a cidade de Penafiel até à povoação da Lixa. A linha de tipo americano, era percorrida em "2 horas no sentido de Penafiel - Lixa" e " em sentido inverso em 1 hora e 50 minutos, por causa das muitas paragens
Na Lixa a principal estação ficava situada,em Borba de Godim num local onde hoje existe uma urbanização, logo no início da cidade.
(Com o nome Largo da estação)
(Fonte “Revista das Vitórias 2002”)
http://borba-de-godim.webnode.pt/historias-da-freguesia/historia-do-caminho-de-ferro-de-penafiel-a-lixa/
Estação de C.F. do Estádio Nacional
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Bilhete |
Foi aberto à exploração - regulamentada pelo Decreto-Lei n.º 35867, de 18 de Setembro de 1946 - em 16 de Junho de 1944 (6 dias depois da inauguração do próprio estádio) e destinava-se a serviço eventual de passageiros em dias de eventos desportivos importantes, circulando comboios com partida da “Estação do Cais do Sodré” antes de cada evento e no sentido inverso depois de este terminado.
Esta Estação tinha como principal característica, as arcadas que delimitavam todo o edifício. No eixo de simetria do edifício principal erguia-se uma torre que se destacava, afirmando a sua verticalidade no conjunto e fazendo lembrar as estações de caminho de ferro regionais. Esta torre era encimada com um telhado de 4 águas bastante inclinadas, um relógio e um cata-vento que relembravam o gosto mais tradicionalista da arquitectura portuguesa.
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Esta Estação e o seu ramal, foram demolidos e no seu lugar foi construído o “Complexo de Piscinas do Jamor” que foi inaugurado a 1 de Outubro de 1998.
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Actualização 30/11/2016
Link directo em cada item!!
Novos diagramas de material
CP 1500
Novos Artigos:
Autocarros CP
Wagon de L'Armistice CWIL 2419 D
Linha do Varosa
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Diagramas Linha do Norte +1 unidades: Entroncamento 1971
Novos diagramas de material
CP 1500
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Autocarros CP
Wagon de L'Armistice CWIL 2419 D
Linha do Varosa
domingo, 11 de dezembro de 2016
Autocarros da CP
No fim dos anos 80, aquando do encerramento de alguns troços de via férrea, a CP substituiu, inicialmente alguns dos serviços ferroviários suprimidos por autocarros próprios, que asseguravam a ligação nos troços encerrados.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
Wagon de L'Armistice CWIL 2419 D
Em Novembro de 1918, termina a Primeira Guerra Mundial. O último cessar-fogo foi assinado entre os alemães e os franceses na chamada Compiègne Wagon (Carruagem de Compiégne), no tratado de Versalhes.
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Salão onde foram assinados ambos os tratados |
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CWIL 2419 D |
Em 11 de novembro de 1918 tornou-se um local histórico improvável. O marechal Foch e seu colega alemão sentaram-se entre suas paredes e assinaram a rendição final do Império Alemão.
22 anos mais tarde rebenta a 2ª Guerra Mundial e as forças francesas sofreram a derrota maciça às mãos germânicas na batalha de França durante a primeira metade de 1940. O seu governo fugiu para Bordéus e quase sem poder algum, a República Francesa deixou de existir, quando a Julho de 1940, o marechal Pétain, politicamente compatível com o inimigo alemão, passou de vice-primeiro-ministro ao chefe do Estado francês.
A França foi forçada a render-se e propôs-se a Hitler para negociar as tréguas.
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1º Plano à direia - Adolf Hitler 2º Plano ao centro - Herman Goering, Rudolf Hess |
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Carruagem de volta ao mesmo local de 1918 para a cerimónia de rendição francesa de 1940. |
Apesar de afirmar que "não tem a intenção de usar as condições de armistício e negociações de armistício como uma forma de humilhação" da França, foi exactamente isso que aconteceu.
Primeiro, a carruagem teve de ser transferida de um museu especialmente concebido para comemorar a trégua de 1918 - mesmo que isso significasse movê-lo apenas alguns metros estrada abaixo. Com tanto de louco como de prima-dona operática, Adolf Hitler, entrou na carruagem sem dizer palavra, ocupando o cadeirão que outrora pertencera a Foch, supervisionando as negociações com rigidez de granito, descendo depois da carruagem quando o representante francês se rendeu em definitivo, para ser filmado pela propaganda nazi com um pé nos degraus e outro na eternidade, o peito cheio de oxigénio divino.
Nos cinco anos seguinte, cerca de um milhão de soldados franceses permaneceram prisioneiros de guerra alemães. Não era um armistício - era uma vingança servida fria.
No fim da guerra, em março de 1945, com a o Reich em forte queda, as tropas das SS explodiram a carruagem. Um mês depois Hitler seguiu o exemplo. A guerra tinha acabado.
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Memorial e Museu do Armistício - Compiègne |
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Reconstrução da CWIL 2419 D no Museu do armistício |
http://herdeirodeaecio.blogspot.com/2008/10/rethondes-e-miopia-de-hitler.html
http://jornalggn.com.br/noticia/o-dia-do-armisticio
http://www.astropt.org/2014/01/25/einstein-freud-a-guerra-a-culpa-e-o-terapeuta/
http://wagonslits.blogspot.com/2010/10/armisticio-de-la-segunda-guerra-mundial.html
https://www.thevintagenews.com/2016/06/20/unlikely-wagon-symbolized-wwii-power-struggle/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Armist%C3%ADcio_de_22_de_junho_de_1940
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