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quinta-feira, 26 de maio de 2016

Caminho de Ferro do Monte

O Caminho de Ferro do Monte (vulgarmente conhecido como Comboio do Monte ou Elevador do Monte) foi uma ferrovia de via única em cremalheira que ligava o Pombal, no Funchal, ao Terreiro da Luta, no Monte (Madeira, Portugal), numa extensão 3,911 km.


Projecto e construção
Os estudos para o Caminho de Ferro do Monte foram feitos em 1886, pelo engenheiro Raul Mesnier Ponsard. A ideia para a construção de um elevador ou caminho de ferro partiu de António Joaquim Marques, que obteve o consentimento da Câmara Municipal do Funchal em 17 de Fevereiro de 1887. 
As obras iniciam-se a 13 de Agosto de 1891 e a 16 de Julho de 1893 é inaugurado o primeiro troço entre o Pombal e a Levada de Santa Luzia. 
A 24 de Julho de 1912 o comboio chega finalmente ao Terreiro da Luta, a 850 metros de altitude, ficando, no total, com uma extensão de 3.911 metros e as seguintes paragens: Pombal, Levada de Santa Luzia, Livramento, Quinta Sant’Ana (Sant’Ana), Flamengo, Confeitaria, Atalhinho (Monte), Largo da Fonte, e Terreiro da Luta. Na mesma data, inaugura-se na estação do Tereiro da Luta o Chalet Restaurant-Esplanade, um restaurante panorâmico que era explorado pela própria Companhia do Caminho-de-Ferro do Monte, com capacidade para 400 clientes e considerado a par com o melhor nível internacional.

Fases da construção

Entre as EstaçõesExtensãoInauguração
Pombal - Levada de Santa Luzia1000 m16 de Julho de 1893
Levada de Santa Luzia - Atalhinho (Monte)1500 m5 de Agosto de 1894
Atalhinho (Monte) - Terreiro da Luta1411 m24 de Julho de 1912












Declínio

A 10 de Setembro de 1919 deu-se uma explosão na caldeira de uma locomotiva, quando o comboio subia em direcção ao Monte. Deste acidente resultaram 4 mortos e vários feridos, entre os 56 passageiros a bordo. Devido a este desastre, as viagens foram suspensas até 1 de Fevereiro de 1920. A 11 de Janeiro de 1932, aconteceu novo desastre, desta vez por descarrilamento. A partir de então, turistas e habitantes viraram as costas ao caminho de ferro, considerando-o demasiado perigoso. Aliando este facto à II Guerra Mundial, que se iniciou entretanto, verificou-se uma falta de turistas na Madeira e a companhia do caminho de ferro entrou em crise; a última viagem do comboio realizou-se em Abril de 1943 e a linha foi logo desmantelada. Parte do material resultante do desmantelamento, nomeadamente os carris, foi para a sucata e parte foi utilizado na reparação do Elevador do Bom Jesus, em Braga.


Características técnicas

O Caminho de Ferro do Monte era uma via férrea de cremalheira (sistema Riggenbach). Desenvolvia-se em via única de bitola métrica, excepto nas estações do Livramento e do Monte, onde havia um desvio para permitir o cruzamento de comboios.As composições eram formadas por uma única carruagem, que era empurrada (no sentido ascendente) ou sustida (no descendente) pela locomotiva; o peso da carruagem mantinha-a em contacto com a locomotiva, pelo que não havia necessidade de atrelagem.



Actualidade

Em outubro de 2003 a Câmara Municipal do Funchal lançou um concurso público internacional para a reconstrução do Caminho de Ferro do Monte. O caderno de encargos, que consignava com um direito de exploração de 50 anos, pressupunha um troço em funicular entre o Largo do Monte e o Terreiro da Luta, e uma ligação por «comboio de animação turística daí até ao largo das Babosas (local de chegada do Teleférico do Monte), bem como a recuperação, com materiais da época, de edifícios de apoio.

Está a ser implementado, actualmente, um projecto para a recuperação e reactivação deste serviço, num empreendimento conjunto da Câmara Municipal do Funchal e da empresa Teleféricos da Madeira. O projecto contempla a construção de um caminho de ferro do tipo funicular entre as antigas estações do Terreiro da Luta e do Monte, seguindo o antigo traçado da linha. Não se prevê, no entanto, a reconstrução do serviço até ao centro do Funchal. 




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